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Corações Aquecidos | Parte VII

Tsuruko M. Abe

A pequena Eva Bryan, de Indiana, Estados Unidos, teve a felicidade de ter como sua professora primária, uma mulher de “coração maravilhosamente aquecido”. Foi por seu convite que participou de uma atividade evangelística da Igreja Metodista Livre (1898), e com onze anos de idade experimentou a segurança da salvação em Cristo.

Seu coração aquecido, cheio de gratidão, foi inteiramente consagrado ao Senhor. “Be prepared!” (Esteja preparada!). foi a voz de comando que ela ouviu. Passou, desde então, a se preparar para ser missionária. Completou o curso de enfermagem, crendo estar adquirindo uma ferramenta para a obra na seara do Senhor.

Quando se casou com o jovem Roy Millikan e partiu para Kobe, Japão, não poderia imaginar que Deus the mandaria um paciente singular. Certo dia, um jovem, de aparência nada agradável, tuberculoso e fumante inveterado, que aniversariava seus 20 anos de idade, bateu à sua porta pedindo-lhe emprego. Insistia que faria qualquer coisa a troco de aulas de inglês.

Na época, a tuberculose era tida como uma moléstia perigosa, contagiosa e incurável, e o doente era discriminado e marginalizado. Eva e Roy, porém, o receberam no convívio familiar.

Quando o jovem Massayoshi Nishizumi, auto-apelidado ‘Daniel”, reconheceu que dentre os muitos deuses existia apenas um único Deus vivo e verdadeiro, começou a querer anunciar a alegria da salvação para outras pessoas. Só então, o casal Millikan teve a certeza que o seu jovem “filho adotivo” Daniel fora introduzido na sua residência pelo próprio Deus. Eva Millikan exercitou toda sua sensibilidade e seu conhecimento de enfermagem. Após um ano de convivência, Daniel estava liberto do tabagismo, curado da tuberculose e restaurado física e espiritualmente.

Com o coração aquecido, consagrou-se totalmente ao ministério do Evangelho. Ingressou no curso teológico Osaka Seisho Gakuin. Justamente no ano de sua formatura (1928), tomou conhecimento da carência de missionários entre os emigrantes ao shizumi, Brasil. O coração de Daniel Nishizumi encheu-se de convicção. Esta seria sua opção de vida, porque era exatamente o que Deus queria. Iria para o Brasil e anunciaria as Boas Novas da salvação.

Contou somente com as orações de alguns amigos e irmãos que lhe ofertaram a quantia necessária para comprar uma passagem de ida ao Brasil. Não houve nenhuma outra garantia a não ser a sua fé na providência divina. Na .primavera de 1928, quando Nishizumi partia para o Brasil com uma leva de emigrantes, estavam no porto o casal Millikan, suas duas filhinhas e alguns poucos amigos. Uma grande emoção encheu o coração de Eva. Seu “filho adotivo” Daniel partia, naquele momento, rumo ao outro lado do Planeta, pela fé, levando consigo somente o seu “coração maravilhosamente aquecido”. A fidelidade sem limites do Senhor Jesus a quem Nishizumi servia, levantou dois leigos extraordinários que se consagraram para sustentá-lo na obra missionária.

Wada, de 70 anos, e Choh Koh Choh (Mita), de 18, seguiram para servi-lo. Foi a partir deste pequeno grupo de três, que teve início a história da Igreja Metodista Livre do Brasil.

“Jesus lhe perguntou: Quando vos mandei sem bolsa, sem alforje e sem sandálias, faltou-vos porventura alguma coisa? Nada, disseram eles.”

Lucas 22:35.

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