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Corações Aquecidos | Parte II

Carmem Tsuruko Abe

Na ocasião, o desprendimento do Dr. Murakami, cedendo à igreja nascente as instalações do seu consultório dentário, e mais tarde uma parte de sua própria residência (por mais de 20 anos) para que a obra missionária fosse desenvolvida, só pode ser explicada como expressão de um “coração aquecido”. José Emilio Emerenciano, um coração nordestino, “maravilhosamente aquecido”, recém-chegado do Japão, onde fora terminar o curso teológico pela Igreja Holiness, começa nesta época (1935), a exercer uma importante função como elo de ligação entre japoneses, brasileiros e norte-americanos. Foi desta união de “corações aquecidos” que nasceu, em 1946, o primeiro trabalho Metodista Livre em lingua portuguesa, hoje Igreja Metodista Livre de Mirandópolis. Para Seiti Simizu, a porta de entrada para conhecer o Evangelho foi um jardim de infância. Cresceu na igreja. Foi aluno assiduo e exemplar da Escola Dominical da Igreja Metodista Livre de Osaka, sendo já aos 18 anos um bom conhecedor da Biblia e das doutrinas da Igreja. Foi batizado por Kawabe. Entretanto, só aos 25 anos de idade conheceu a segurança de um “coração aquecido” mediante a salvação em Jesus Cristo. Consagrou-se para o trabalho do Senhor, deixando uma promissora carreira na rede de Lojas Mitsukoshi (tipo Mappin) onde trabalhava como contador. Estudou na Faculdade Metodista Livre. Aportando no Brasil, em 1938, lhe valeu a sua experiência de contador. Conseguiu um emprego na Companhia de Imigração Burataku, na Fazenda Aliança, para garantir a sobrevivência da família. Aplicou-se com grande entusiasmo quando lhe coube a responsabilidade de dirigir a Escola Dominical da Rua Luiz Góes, na residência de Shumatsu Murakami. Sukeitit Ono, franzino, de pequena estatura, era possuidor de um enorme “coração aquecido” à moda genuinamente wesleyana. Sua biblioteca era representada pelas obras de Kawabe, seu discipulador. Ele as conhecia quase decor, sendo seus sermões, muitas vezes, repetições literais do Pr. Kawabe. Em 1939, quando aportara no Brasil, já tinha destino certo: Embura, onde trabalhou como “camarada” para sobrevivência da família. Foi um péssimo peão diarista, devido a sua falta de força fisica e experiência. Foi carvoeiro, plantou arroz e batata, e foi professor de lingua japonesa enquanto arrebanhava almas para Cristo. Como resultado surgiu o primeíro templo da Igreja Metodista Livre em Embura, em 1947. Outras levas de pastores e leigos de “coração inflamado” pelo Espírito Santo, continuaram o “movimento metodista livre” no Brasil. E ainda hoje, quando comemoramos a realização do 30° Concilio Nikkei (*), os pastores Hayashi, 86 anos, Shimizu, 86 anos, Ono (**) in memorian e o leigo Mita, 88 anos, continuam nos inspirando a que prossigamos a caminhada dos “corações aquecidos”. 

(*) Desmenbramento em Concilio Japonês, Brasileiro e Paraguaio, em 1966. Realização de dois Concilios em 1992.

(**) Falecimento do Pr. Ono em 08/12/93, com 92 anos de idade. 

“Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé ” II Timóteo 4:7

É uma publicação bimestral da Igreja Metodista Livre – Concillo Nikkei

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